Saí de casa sem rumo. Aliás, eu tinha um rumo certo sim: a
pedra mais alta e mais distante da praia. Meu objetivo: observar o mar. Só
observar. Caminhei rapidamente, ao som de Jack Johnson. Enquanto caminhava,
prestei atenção nos rostos que passavam pelo meu caminho. A moça de corpo
escultural, correndo com um cronômetro na mão.... em busca da
perfeição,provavelmente. A gordinha solitária, mas com um ar tão alegre, tão de
bem com a vida a tornava mais bonita ainda que a loira de corpo escultural
angustiada. Um grupo de bombeiros treinando. Quantas vezes cada um deles já não
chegou tão perto de perder a vida por algum estranho? O casal jovem que estava
dividindo a mesma água de coco... O casal de velhinhos que estava discutindo
sobre algum problema banal de uma maneira muito discreta... Quantas histórias,
lembranças, memórias cada um deles não carrega? Quantas vezes cada um deles não
teve que abrir mão de algo e mudou radicalmente sua história?
Quando cheguei a meu destino, percebi que seria impossível
ficar apenas observando. Percebi o quanto a vida é parecida com o mar. E então
tive noção do porque eu desejava tanto chegar aquele lugar. Olhar para o mar
era como olhar pra minha vida. Alguns momentos tão calmos,
tranqüilos...indiferentes a tudo que acontece agora. Indiferente a crise no
oriente médio, ao buraco na camada ozônio, a irmã rebelde sem causa e aos
amores que vão e voltam... Apesar de tantos acontecimentos simultâneos, é como
se o meu mar fosse forte o suficiente pra suportar tudo isso com muita calma.
Mas, de repente, sem motivo ou explicação plausível, ventos fortes surgem e
sacodem tudo. O mar se rebela e tenta com todas as forças mudar o que está
acontecendo. Como se tudo o afetasse. Desde o pescador num barco pequeno até a
frente fria que vem dos pólos.
Assim como o mar nossa vida é feita de ondas altas e baixas.
A diferença é que nós temos o controle do nosso mar. A gente pode escolher
ficar no meio de uma tempestade chorando esperando que Deus resolva todos os
nossos problemas ou podemos manter a calma e ir atrás dos nossos objetivos com
paciência e prudência. Porque não é no meio de um maremoto que os problemas se
resolvem. Não é procurando culpados para nossa infelicidade que tudo ficará
bem. É hora de respirar fundo, erguer a cabeça e assumir o controle novamente.
Aproveitar que o sol já vai chegar e absorver essa energia positiva que o ano
novo trás.
“Os cacos de um mundo destruído podem servir de base para um
mundo totalmente novo e mais bonito.”
Que texto bonito. Gostei dessa comparação da nossa vida com o mar. E é bem isso mesmo, momentos de calmaria e, de repente, problemas que surgem como ondas, prontos para nos derrubar; a gente pode até tomar algumas quedas, mas o importante é conseguir levantar e não deixar que o medo vença (apesar de não ser fácil); pelo contrário, temos que ficar ainda mais fortes para próximas possíveis ondas :)
ResponderExcluirAh, gosto tanto do Jack Johnson ;}
(Thuany, obrigada pela visita lá no blog; fiquei feliz com as suas palavras ^___^)
Beijoo
Gostei bastante do teu blog e desse texto, Thuany *-*
ResponderExcluirParar pra pensar na vida nos leva longe mesmo ein... E o ma sempre será uma bela fonte de inspiração!
* sobre a pergunta que você fez no comentário lá no meu blog: sim, o texto "I'm Only Me When I'm With You" é totalmente de minha autoria e fiquei muito feliz que tenhas gostado viu? *-*
Beijinhos :*