Há muito tempo atrás (mentira, nem foi tanto tempo assim) convidei 5 blogueiras que fazem arquitetura e juntas criamos o Projeto Arquiternura. O projeto consistia em compartilhar no blog um dos trabalhos realizados durante o mês na faculdade. O projeto ainda existe (eeeeeee) mas mudamos o objetivo. Depois de dois anos cursando arquitetura enfim chegamos a conclusão que arquitetura é muito mais do que pranchas bonitas com maquetes parecendo casas de boneca. A gente percebeu que Arquitetura também é texto, artigos, resenhas, livros, paisagismo, patrimônio, sociologia, urbanismo, história, estágio e vida. Embora às vezes a gente pareça zumbi. Então nosso curso sendo tão abrangente porque restringir nosso espaço virtual a uma única coisa, que por vezes se torna a mais cansativa e menos reconhecida (estou falando de projeto)? Claro que a gente ama mostrar aqui nossos orgulhinhos e coisa e tal, mas agora muito mais que isso será compartilhado.
Pretendemos fixar a categoria para todo último dia do mês, e nesse dia, compartilhar algo que achamos importante durante o nosso mês e que esteja relacionado a nossa vida Universitária. Espero que gostem dessa nossa nova forma de compartilhar o que a gente está vivendo na faculdade.
A Milena resolveu dar um tempo do blog e por hora (esperança que ela volte) estará offline.
Em compensação, a Giovanna Ghirardello entrou para nosso clube! haha Ela resolveu voltar a blogar e seu post inaugural vai ser do Arquiternura. Seja bem vinda Gi, espero que goste de blogar com a gente! (: Quem quiser conhecê-la, basta clicar nesse link aqui. Em breve nossos perfis também estarão atualizados!
Mas agora, vamos ao post!
Mês passado vi uma manchete num site bem popular entre os arquitetinhos falando o seguinte:
"ZAHA HADID sobre a morte de trabalhadores no Qatar: 'Não é meu dever como arquiteta'."
Vamos ao começo da história. Pra quem não conhece, Zaha Hadid é uma arquiteta iraquiana bem reconhecida e renomada, que é identificada principalmente pela corrente desconstrutivista da arquitetura. Ela é a arquiteta responsável pelo projeto do estádio al-Wakrah, que está sendo construído para a Copa de 2022 em Qatar. Foi divulgada uma notícia que " 500 trabalhadores imigrantes indianos e 382 nepaleses supostamente morreram nas preparações da Copa do Mundo de 2022 no Qatar".
A questão não é a quantidade de pessoas que morreram e se de fato esses números são reais. Mas minha indignação está no comentário mesquinho e egoísta da arquiteta. Achei um comentário de pessoa indiferente a tudo que acontece no mundo. Não sei se esse é o caso dela, mas foi a impressão que passou.
(Fonte)
A responsabilidade de uma obra é de quem foi contratado para administrá-la. Acontece muito de um arquiteto fazer o projeto mas um engenheiro administrá-la. Provavelmente foi o caso desse projeto. Entretanto, eu não consigo imaginar como uma pessoa responsável pelo projeto consegue se mostrar tão indiferente a um acidente onde os operários estavam executando algo que ela criou.
Foram tantas coisas que me fizeram escolher ser arquiteta e hoje nem lembro ao certo quais foram elas e nem sei qual o caminho que irei tomar. Mas uma coisa sempre estive certa: eu acredito em valores que estão acima da arquitetura, por maior que seja meu amor pela profissão. Uma delas é o valor da vida. E não da minha vida, mas de todas as pessoas. De todos aqueles que irão trabalhar nos meus projetos. Acredito que nossa profissão está totalmente atrelada as questões da nossa sociedade até porque, nós, futuros arquitetos e urbanistas, estaremos interferindo diretamente na cidade, na paisagem e na qualidade de vida que ela irá oferecer. Acredito que as condições de trabalho e a vida de quem constrói aquilo que eu projetar é algo de meu interesse e no qual eu devo intervir. No caso da Zaha, no mínimo demonstrar algo mais sensível que a indiferença.
E achei importante eu registrar isso aqui. Pra que eu sempre me lembre que não quero ser uma arquiteta como Zaha Hadid.
Para ler o post das outras arquiternuras, clique nos nomes
Olá! Seja bem-vindo(a) ao meu cantinho virtual! Aqui, gosto de compartilhar sonhos, projetos, pensamentos e fotos. Ah, meu nome é Thuany, mas pode me chamar de Thu! Para saber mais sobre mim, 
Lamentável mesmo a declaração dela... Infelizmente é esse o tipo de profissional egocêntrico que acaba sendo idolatrado e se torna referência dentro dos cursos de arquitetura. Se não é isso que ela pensa realmente, então pisou na bola feio e se expressou muito mal...
ResponderExcluirEu concordo plenamente em que certo valores vão muito alem a paixão pela arquitetura. Essa postura, ainda mais perante a mídia é lamentável. Fora que um princípio básico para se ter sucesso na nossa profissão, certamente é saber se relacionar e olhar o lado do próximo, isso desde os grupos de trabalhos da faculdade, até o contato com clientes, fornecedores e os diversos funcionários envolvidos na hora de executar o projeto. Parabéns pela posição, infelizmente ainda mais em nossa geração, são poucos o que se chocam e manifestam-se diante destas questões. Grande beijo Gi
ResponderExcluirNé?
ExcluirObrigada pelo comentário Gi!
Fiquei tão triste com essa atitude da Zaha. Justo ela que me inspirou em vários projetos! Concordo com você sobre o valor da vida. Acho que temos que ter uma preocupação total com todos os envolvidos na obra e fora dela também. E zelar pelo bem estar de todos desde a concepção do projeto até seu fim, até seu uso. E achei tão desrespeitoso o que ela fez de simplesmente não se importar com essas pessoas que estavam trabalhando num projeto que ela criou, que estavam ajudando a dar vida à forma que ela projetou participando ativamente.. Lamentável! Espero que a atitude dela não sirva de exemplo pra ninguém! Ou que pelo menos tenha sido algum mal entendido! ;T
ResponderExcluirExatamente Alice...também espero que ela tenha sido um caso único de arquiteta/o indiferente....
Excluir