Porque você tem um blog?

Alguém me fez essa pergunta uma vez e eu não soube responder. Hoje, talvez eu não tenha a resposta definitiva ou a melhor de todas. Mas tenho uma.

Quando escrevo, fujo daqui. Fujo dos limites estourados do cartão de crédito, da TPM da minha mãe, fujo das crises de ciúmes que sinto com certa frequência, fujo da prova da semana que vem, das minhas inseguranças, fujo das tempestades que eu mesma crio nos copos d'água. Nesses dias, através dos meus post procuro lembrar do quanto a vida é bonita: falo sobre fotografia, decoração, sobre a minha vida e coisas que me dão prazer. Gosto de fugir dessa realidade turbulenta ou monótona para um mundinho só meu: meio alienado às vezes, mas é o meu mundo. Pode não falar sobre as últimas notícias, nem sobre as últimas tendências da moda, mas fala sobre a vida. Sobre a minha vida. E gosto de ter um registro escrito dela.

Mas as vezes, quando escrevo, faço justamente o contrário: mergulho de cabeça na tempestade no meu pequeno copo. Vou até o fundo pra procurar uma solução. E nesses dias, aproveito o meu mundinho virtual, para desabafar de vez. Geralmente são os dias após pequenas ou grandes decepções, que afetam meu psicológico de alguma maneira. Alguém me disse que guardar as coisas pra si mesmo dá câncer. Então eu extravaso mesmo. Deixo transbordar. Choro até meus olhos ficarem do tamanho de duas batatas, grito, me tranco no quarto, desligo o telefone, apago a luz, faço greve de fome e desisto do mundo. Deixo todas aquelas palavras engasgadas na garganta saírem pelos meus dedos. E sinceramente, acho que nesses dias, tenho os posts mais reflexivos e emotivos. Aqueles que de alguma maneira, tocam pelo menos uma pessoa.

Algumas vezes, porém, são os causos alheios que me inspiram. Uma amiga traída, outra enganada, ou quem sabe uma cena bonitinha de um filme. Fico viajando na maionese e tcharam! Um post novo.

Nem tudo que escrevo,de fato aconteceu comigo. Já disse que o narrador-personagem nem sempre é real? Não escrevo para um jornal, portanto não tenho compromissos com a realidade. Alguns textos foram coisas que eu gostaria que acontecesse comigo, outros que eu gostaria de ter evitado.

Não, eu não ganho dinheiro com o blog e essa não é a minha intenção. (Caso aconteça, lógico, será bem vindo!). Não, eu não uso o blog para provocar ninguém, muito menos mandar indiretas. É lógico que às vezes a carapuça serve a alguns, mas fazer o quê?

O fato é que escrever no blog é um dos grandes prazeres que tenho. Passo horas por aqui e quando recebo um comentário pulo de alegria. Quando é alguém da vida real* então comentando? OMG! Sorriso de orelha a orelha. Conhecer pessoas que passaram por algo parecido, que se identificam ou que compartilham dos mesmos projetos não tem preço.

Eu poderia escrever um diário ao invés de um blog? Sim, lógico, poderia. E escrevo. Mas é diferente. E não me pergunte o porquê, porque essa resposta ainda não sei explicar.

Escrevo, porque essa é uma das 100 coisas que mais me deixam feliz.

E vocês, porquê tem um blog?