Sobre estar fora de casa


Hoje eu estava fazendo minhas malas para a próxima mudança. Sei que não contei praticamente nada aqui no blog ~ainda~, mas a partir de domingo estarei morando em outra cidade italiana, Ascoli Piceno, até agosto do próximo ano.

É estranho pensar que já faz mais de 40 dias que estou fora de casa, do meu território. Longe da comida brasileira e da melhor comida do mundo (que é a que meu pai faz).Longe dos meus cachorros e de suas lambidas. Longe da minha escrivaninha e da janela do meu quarto, que é enorme e sei lá porque, me parece aconchegante. Longe dos meus amigos.. e principalmente: longe da minha família. 

Antes de sair do Brasil, enquanto nos preparávamos para o Intercâmbio, eu sugeria para o meu namorado que um dia poderíamos morar na Itália. Morar pra sempre mesmo. Visitar o Brasil duas vezes por ano, tamanha a paixão que eu tenho por essa botinha aqui. E o Giulli sempre dizia que adoraria, mas não sabia se seria capaz de aguentar a saudade da família. Vocês podem me odiar nos próximos instantes, mas eu pensava: "pffffuu, tem internet! Podemos falar com todo mundo quando quisermos, basta ligar....E a gente pode visitar quando quiser aqui..." Esses pouco mais de 40 dias foram suficientes para me fazer perceber que eu estava errada. 

Por mais maravilhosa que seja a tecnologia e todo o poder de nos comunicarmos com alguém que está do outro lado do mundo usando apenas um celular, nada, absolutamente nada, substitui um abraço, um beijo, um carinho. Seja lá qual for a qualidade da imagem da transmissão, não há skype que substitua ver o brilho nos olhos das minhas irmãzinhas ao vivo quando estão contentes. Ou que consiga nos manter por dentro da vida de todos que amamos. Também não tem restaurante brasileiro que consiga substituir a comida que só quem nos ama é capaz de fazer.

Estar um mês fora de casa me fez perceber que algumas coisas não são tão simples quanto imaginamos. Não é tão simples e fácil para minha família vir me visitar aqui. Provavelmente eles não virão. E não vai adiantar eu chorar, bater os pés... Não vai dar e nenhum de nós, nem eu, nem eles, poderemos fazer nada a respeito.

Já outras coisas, são bem menos assustadoras. Por exemplo cozinhar. Eu já sabia cozinhar algumas coisas, mas não sabia que seria tão menos complicado ser a responsável pela minha comida. Hoje, eu e o Giulli estávamos almoçando o macarrão alho, óleo e bacon que fizemos e nos demos conta: caramba, a gente tá cozinhando bem hein! E não falo isso pra nos acharmos os chefs...mas por ter me dado conta que algo que eu temia tanto, foi muito mais simples. O mesmo digo para passar roupa. (É chato como eu imaginava, mas não é a pior coisa do mundo).

Então talvez um dia eu até pense em sair do Brasil para viver "pra sempre" em outro país. Mas depois desses 40 e tantos dias fora de casa, eu me dei conta que não é algo tão simples e fácil ficar longe de quem a gente ama. E que embora essa experiência esteja sendo incrível e linda, já estou morrendo de saudades e contando os dias pra ver meus pais, irmãs e cachorros de volta!


Um comentário:

  1. ainnnn thu que saudade enorme de você SÉRIO! É tão bom saber que você tá sabendo cozinhar e ta levando sua vida com o giulli em um país tão diferente do nosso , é uma nova experiência e fica muito feliz por você estar realizando um sonho. E é bom pensar que daqui uns 10 meses está de volta haha mais quero que aproveite MUITO MUITO MUITO cada pedaçinho do seu tempo ai e tire muitas fotos pra no futuro você ter muita recordação desse momento mágico !
    beijos ♥

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